Aos 17 anos de idade, seus pais, preocupados com seu futuro, falaram-lhe sobre casamento. Clara era bonita, elegante e muito assediada, mas revelou a seus pais que havia consagrado sua virgindade a Deus como demonstração de amor.
Seus pais não aceitaram a sua decisão. Elas esforçava-se no amor a Jesus e sentia em seu coração o chamado para segui-lo. Tinha compaixão para com os pobres, que representavam os seus filhos preferidos. Para que seu sacrifício fosse mais grato a Deus, privava-se de alimentos mais requintados, entregando-os aos mais necessitados. Assim ela ia crescendo e fortalecendo-se na fé e no amos de Deus e ao próximo. No seu coração tinha um único propósito: seguir Cristo Jesus em absoluto na vida evangélica.
Vocação
Aos 18 anos atingindo a sua maturidade para dar o passo decisivo, sabia que não seria compreendida por seus pais, mas confiou a Francisco que desejava realizar sua vocação, e ele a guiou para cumprir os desígnios de Deus.
Francisco tornou-se seu guia espiritual, pedindo a ela que no Domingo de Ramos, com vestes de festa, fosse receber a palma benta. Na noite seguinte, Clara saiu de casa por uma porta secreta e dirigiu-se à Porciúncula, onde Francisco e seus irmãos e esperavam para consagrá-la a Deus. Francisco cortou seus cabelos e deu-lhe um hábito igual ao dos irmãos. Seu projeto foi viver na pobreza.
Francisco a levou para o Mosteiro das Beneditinas de São Paulo e, mais tarde, para o Convento de Sant Ângelo, em Panzo, onde suas duas irmãs Inês e Beatriz se converteram seguindo seus passos. Vieram outras jovens e mudaram-se para a capela de São Damião, que foi transformada em Mosteiro.
Clara recebeu o título de Abadessa de São Damião e fundou a ordem das Clarissas. Enfrentando dificuldades de diversas naturezas, resolveu todos os problemas com fé e bravura. Também resistiu à tentativa de invasão do Convento pelos soldados de Frederico II que estavam em guerra com o Papa. Estes queriam matar as monjas e destruir o Mosteiro, mas Clara orou com fervor pedindo ao Senhor que livrasse suas filhas: se fosse necessário ela se colocaria à frente deles impedindo a invasão. Milagrosamente os soldados fugiram apavorados sem causar-lhes nenhum dano.
Morte
No verão de 1253 sua doença se agravou e, recebendo a visita do Papa Inocêncio IV, clara pediu-lhe permissão para beijar suas mãos e também os seus pés. Lembrou-se de seu pai espiritual, Francisco, que já havia partido para a eternidade, com doçura e gratidão. À sua volta permaneciam as monjas e os companheiros de Francisco, Frei Leão e Frei Ângelo, que consolavam as freiras, destacando-se Inês, sua irmã de sangue, que desde o início da Ordem havia se unido a ela no seguimento do Cristo. Clara ao vê-la aflita disse: “Minha irmã, agrada ao Senhor que eu me vá, mas pare de chorar, pois me seguirás logo e Ele te concederá uma grande consolação antes que eu me afaste de ti”. E isto aconteceu: Inês morreu alguns dias após a morte de Clara.
Passados 41 anos de vida monástica, depois de ter sofrido com a enfermidade por 21 anos, Clara deixou a Terra aos 60 anos de idade, no dia 11 de agosto de 1.253 e foi canonizada em 1.255, pelo Papa Inocêncio IV.
Por Edson Lorenzini